O Tigre Branco de Olhos Dourados

1º Episódio

Introdução


Oi queridos amigos!

Depois da grande batalha com o feiticeiro Aatank.

Dseyvar voltou para “Suryanna” com Ajeb. A volta dele deixou muito feliz o Rei Barzud que deu uma grande festa em homenagem a volta de seus descendentes queridos. E convidou a todos nós para a festa! Fomos. Elessar, a Princesa Anárion, Mah e Sitaara. O Semideus Emre não foi porque não poderia deixar “Notorian” nesse período e Lorian Também não foi por estar cuidadoso como recomendou Sion de Vangah.
Então, ele resolveu ficar no acampamento porque achou que no acampamento não iriam procura-lo. Por ele ainda estar como um Elfo pensou que não o procuraria lá. Lorian precisava esperar a passagem da lua cheia para retornar como o belo Cigano que era...

A festa estava no auge todos felizes! Bazurd apresentava Dseyvar e Mah como Heróis. Eu estava olhando duas belezas presas na parede sobre a lareira:
Eram duas espadas uma se tratava da grande “Curtana”, também referida como “Espada da Misericórdia”, que é uma espada cerimonial utilizada na coroação dos monarcas.
A outras era uma “Euturiel”, uma espada de lâmina negra. Essa em especial me chamava à atenção.
As espadas e adagas me fascinam. Antes de ir para Uhat eu era somente um soldado!

Desde muito jovem aprendi a ser dura com os seres antes que os mesmos fossem duros comigo. Meu mundo “Vidar” passou por guerras sangrentas por ser uma terra de muito ouro e os Elfos em sua maioria possuírem poderes inatos.
Todo tipo de seres invadiam nossas terras férteis com intuito de tomá-las.
Em meu mundo chovia sem parar... Sim amigos! Chovia sangue. Foi assim que descobri meu propósito sobre a terra. Depois de tentar tantas outras coisas eu descobri no que eu era realmente boa.
Em Ser um Soldado!

Eu me tornei sem dificuldade numa assassina.
Cada ser decapitado, cada membro amputado, cada garganta cortada, me dava mais certeza de minha missão.
Eu era um soldado criado para matar!
Meu coração estava banhado em ódio desde pequena por ver quem eu amava ser morto sem piedade, Meu povo escondia minha irmã e eu, como podia para que não fossemos estupradas por seres que não possuíam alma.

Um dia, quando completei 16 anos terrenos pedi que me engajassem no exército do Rei Aurien. E em pouco tempo eu mostrei para meus capitães que eu não sentia a menor compaixão pelos seres que imploravam por suas vidas.
Minha lâmina deslizava com facilidade por seus corpos, até porque não era uma espada qualquer. Eu empunhava duas “Maikaras” de lâmina negra, um presente do meu mestre e instrutor.
Minhas adagas tinham o formato que ampliava as lesões produzidas por golpes de gume sem deixar a arma presa no corpo dos oponentes.
Eu não fui treinada para combater como meu mestre Elessar me ensinou.
Eu fui treinada para matar!

Isso já demonstrava o quanto eu era letal, já que assassinos comuns usavam armas comuns, enquanto eu empunhava adagas forjadas com o próprio calor do inferno.

Capítulo I

Eu estava admirando as espadas de Barzud e me lembrando como eu era antes de vocês me conhecerem.
De repente ouvi dois silvos breves e dois longos e reconheci seu autor: Lilaz Um silfo (uma espécie de masculino de fada) amigo da Rainha Feir (a Tempest Elf). Como me pareceu que ninguém mais ouviu além de mim, saí discretamente e fui ver o que havia acontecido.
O silfo estava muito nervoso todo acesinho na cor lilás a me esperar.
Perguntei a ele o que estava acontecendo para que ele estivesse tão nervoso ele falou sem conseguir parar de bater as asinhas:

- Perdemos Lorian!

- Como assim perderam? O que quer dizer?

- Langile e eu estávamos de guarda no acampamento cigano, ficamos encarregados da guarda de Lorian, por sermos pequeninos e não chamar a atenção. A tenda de Lorian só tem uma entrada, nos pusemos ali a conversar quando ouvimos um rugido muito alto de um animal. Procuramos ao redor da tenda para poder avisar com certeza para Lorian. Os ciganos são humanos e não sabem conversar com animais como nós. Poderiam ser atacados caso aparecessem diante do animal.
Rodeamos os arredores da tenda mais não encontramos nada. Então voltamos para a entrada da tenda e fomos derrubados por um grande tigre branco que saiu da tenda de Lorian!
Lorian não estava dentro da tenda e não o encontramos em lugar nenhum. Pedi ao vento que me trouxesse até aqui o mais rápido possível enquanto Langile continuou lá para o caso de Lorian voltar.

Quando ele terminou de me contar eu disse:

- Eu vou até lá com voce! Espere-me que vou chamar Elessar para nos transportar.

- Não Sigel! Não chame que pode não ser nada e tiraremos Elendil da festa. Eu posso fazer isso com auxílio do vento se voce for comigo.

- Esta bem eu vou com voce.

Estávamos nos preparando para sair quando fomos pegos por Mah! Ela quis saber o que estava havendo... Tentamos enganar, mas nós dois fomos muito ruim na mentira, ai tivemos que contar e a ciganinha foi conosco.
Chegamos a Uhat com um belo tombo junto à fonte da praça, não tinha nada parecido com a viagem encantada que eu fazia com Elessar
Fomos direto para o acampamento cigano Mah estava muito bonita e nervosa na sua vestimenta de festa. Pedi a ela que me aguardasse junto a Lilaz e me encaminhei até a tenda do Cigano Magno que ainda estava como Elfo Lorian. Era a tenda maior e ficava no centro do acampamento por ele ser um Príncipe Cigano.

Era tão grande que parecia um circo dos humanos. Parei em frente à entrada da tenda, não chamei por ele, abri a porta de lona colorida e entrei com cautela,
 Nisso um grande tigre branco  de olhos dourados.... Veio na minha direção e pulou por cima da minha cabeça saindo não sei de onde. 
Usei telepatia com ele para que ele soubesse que não deveria estar ali, que não era seu território, muito menos seu habitat...
Para meu espanto o tigre simplesmente me cumprimentou usando meu nome... Enquanto eu estava dentro da cabeça dele... Perguntei quem ele era, se estava enfeitiçado, se sabia de Lorian.

Nesse momento o tigre me deixou falando sozinha e atravessou uma entrada onde a porta era fechada por uma pesada cortina vermelha. Eu parei uns instantes pensando quem seria esse tigre que me conhece? 

- Um Elfo ou um Cigano?

Afastei a cortina e entrei no aposento atrás dele.
Havia uma grande e confortável poltrona de costa para entrada, onde eu ainda vi a calda do tigre que depois sumiu, fui até lá e encontrei sentado na poltrona o Cigano Magno
Ele tinha os olhos perdidos em algo na mesa de madeira. Não pude ver o que era por que ele estava na frente do objeto.
Ali era o quarto de Magno. Havia poucas coisas de decoração. Tinha uma cama enorme quase ao nível do chão, forrada com uma colcha vermelho sangue, as paredes eram forradas também com tecidos vermelhos que dava um ar bem aconchegante.

Na mesinha ao lado da cama um tabuleiro de xadrez com peças diferentes... Existiam elefantes no lugar dos cavalos!
Uma estante feita de madeira e cordas abarrotada de livros.
Fiquei um tempo olhando para os livros, na minha cabeça fervilhavam milhões de perguntas que eu não fazia a ele por saber como perguntar
Como se quisesse me ajudar ele começou a falar me perguntando:

- O que faz aqui Sigel? Voce estava nas terras de “Suryanna”.

Respirei aliviada porque tinha o que falar com ele e respondi:

- Uns amigos me chamaram porque não te encontraram e se preocuparam com voce então eu vim procura-lo, mas se preferir ficar a sós eu vou embora.

Eu disse omitindo que Mah também estava ali. Magno me disse muito tristonho:

- Não vá! Venha até aqui... Estava aqui pensando em minha mãe.

Eu dei a volta ficando de frente para ele. Ele me olhava com os olhos cansados enquanto  me aproximava eu pude ver o que ele olhava: Um bauzinho todo trabalhado com forro azul e muitas rendas vermelhas e brancas. Dentro havia uma aliança de diamantes e um anel de rubi! Joias lindas e delicadas. Eu perguntei:

- Eram de sua mãe? São lindos!

Ele respondeu com a voz embargada pelas lágrimas que ele lutava para  conter.

- Foi um presente do meu pai! Minha mãe tinha mãos delicadas e lindas. 
Os livros que te encantaram também eram dela junto com o jogo de xadrez que eu não tinha paciência de jogar com ela.

Encarei seu rosto triste e disse:

- Ela devia ser uma fêmea maravilhosa:

Ele esboçou um sorriso tímido e disse orgulhoso.

- Era uma Cigana maravilhosa! Uma Rainha. Seu nome era Larissa. 
Minha mãe morreu tentando encontrar meu pai que foi um Rei cigano!
Ele foi raptado por um feiticeiro cruel que descobriu que meu pai possuía o dom de ver o futuro eminente e certo. Meu pai fechava os olhos e via o que iria acontecer daqui a minutos.

O Feiticeiro o mantinha preso com a promessa de não fazer nada conosco.

Eu cresci longe do meu pai. Ele nunca voltou para nós. Um dia minha mãe soube por alguém onde ele se encontrava. Trouxe todo nosso povo para Uhat pediu abrigo ao senhor Elessar e foi atrás dele sozinha sem avisar a ninguém. Quando o velho Cigano  Gisleno nos contou para que ela havia saído.
Saímos à procura dela e a encontramos em coma em um hospital na cidade como uma indigente. 
Nós a identificamos e estávamos providenciando a remoção para trazê-la até a Uhat para ser curada pelos Elfos...  Mas ela morreu antes de chegarmos na Floresta.

Eu continuei com meu povo e a saudade dela.
Essa noite ao entardecer quando terminei meus afazeres, me banhei e iria propor que chamássemos nosso Rei o Cigano Lê Mât para que tocasse umas cações na sua Guitarra espanhola... Nem tive tempo, apareceu o Feiticeiro que o Mago Sion me pediu que tivesse cuidado! O nome dele é “mandíbula de ferro” porque ele usa uma mascara feita de metal que lhe cobre parte da cara com uns dentes de aço. Eu me assustei quando ele apareceu dentro da minha tenda e me disse:

- Tentando se esconder de mim Cigano? Saiba que eu tenho uma maneira de ver tudo que voce faz.

Eu disse a ele que minha mutação não foi por causa dele e que eu nem sabia da sua existência. Que tinha sido para ajudar um amigo.
Ele chegou bem perto de mim com aquele odor fétido que como Sion disse; lembrava a própria morte. E me disse:

- Voce sabia que as minhas vítimas nunca sobreviveram? Mas eu não posso te matar por enquanto ou terei que destruir minha bola de cristal. Pela simples razão de que sem voce ela não funciona.
Mas darei um jeito para que voce não se meta comigo.
Minha bola de cristal me garantiu que voce irá acabara comigo.
Para que voce fique sem condições de fazer isso, eu vou ter que te parar. Preciso fazer isso sem te matar. Do que voce tem medo?

Eu respondi:  - de nada!
Mas ele deu uma gargalhada na minha cara e disse:

- Eu sei quais as coisas que lhe dão pesadelos!

E virou o cajado na minha direção dizendo umas palavras, enquanto ele recitava o tal feitiço, minha pele ardia como se eu estivesse na beira da fogueira. Eu me lembrei dos meus pesadelos e tive muito pavor que ele os tornasse realidade... Então pensei na minha mãe, quando eu tinha pesadelos e não queria mais dormir com medo, ela me dizia:

*- Meu Ciganinho corajoso! Voce é um grande tigre branco de olhos dourados e muito feroz. Nada pode te fazer mal enquanto voce for um tigre!

Capitulo II

De repente eu ouvi sons de violinos quebrados que vinham da Floresta, ouvi uivos de lobos noturnos, Vozes desesperadas de náufragos que tentavam varrer a imagem imaculadas da minha Mãe enquanto eu me agarrava as suas lembranças me protegendo dos pesadelos. 
Quando ele terminou de recitar e todo desespero passou, uma aura amarela pairou sobre o meu corpo elevando meus braços até a altura do peito, uma aura mais amarela como o ouro tomou conta dos meus antebraços, meu corpo todo tremia , senti uma dor muito forte na cabeça e assim me tornei realmente um tigre branco e lancei raios dourados dos olhos na direção do feiticeiro que praguejou com muita raiva:

- O que voce fez seu cigano maldito? Voce estragou minha magia!! Eu iria te deixar louco ao ver seus pesadelos diante de seus olhos. O que aconteceu! Inferno!!!! 
 Mas tudo bem! Assim voce não poderá me fazer mal a não ser me atacando, o que eu não permitirei. De hoje em diante voce será esse tigre idiota até o dia de minha morte! O que não acontecerá.

Depois de berrar comigo ele sumiu numa cortina de fumaça negra e fétida.
Eu tentei ir atrás dele, mas não sabia a direção e voltei. Fui até a mãe cigana fazer com que ela soubesse quem eu era. Quase a matei de susto. Não conseguia fazer ela me sentir como alguém que não oferecia perigo.

Então entrei pela tenda dela  e fui direto até a cozinha, apanhei a xícara, muito desajeitado porque elas são sem alça, peguei o percolator enquanto a Mãe Cigana estava no canto da tenda com olhos estatelados, quando fui pegar o cardomomo derrubei tudo então ela veio para junto de mim sem medo, porque sempre que eu ia em sua tenda ajudava a fazer o café cigano que é muito diferente do café das outras raças e me disse carinhosa

- Magno meu Príncipe! O que te fizeram?

E acariciou minha cabeça com muito afeto e eu voltei a ser Magno.
A mãe cigana me disse que sempre que alguém soubesse quem realmente eu era eu me transformaria em humano novamente, ou então a primeira pessoa que descobrisse meu espirito dentro do tigre e me chamasse pelo nome de Batismo. Perguntei se seria tigre de novo, ela não soube responder...
Eu me despedi depois de ela ter feito meu gostoso café cigano, enquanto me encaminhava para minha tenda, novamente me peguei com quatro patas.
Até voce me descobrir. Não sei quando nem como isso acontecerá outra vez. Ou se acontecerá antes que eu perca completamente minha mente humana e seja somente tigre.

Nisso Mah que cansou de esperar entrou na tenda e foi direto até o quarto de Magno. Ao vê-la ele temeu. Se ela soubesse e o repudiasse. Ele a ama tanto.
Mah chegou junto de nós e vendo Magno triste na poltrona,disse aflita:

- O que aconteceu querido? Voce havia desaparecido.

Magno olhou para mim e eu vi sem seus olhos que ele não queria contar aquela história mais uma vez. Então eu contei a ela o que havia acontecido.
Ficamos as duas em silêncio por longos minutos cada uma com seu pensamento fervilhando sobre o que iríamos fazer. 
Estávamos olhando para aquele homem em nossa frente, mas víamos um menino de cabelos negros que tinha muito amor e admiração por sua mãe. Mah rapidamente sentou no colo dele.

Interessante que depois do feito de Mah e de sua ressurreição. Juntamente com a espada Elessar havia dado a ela seu colar como"amuleto" ele possuía um tigre com olhos dourados, Aquele colar que me ajudou a imobilizá-lo.

Sentada em seu colo Mah segurou o rosto de Magno com as duas mãos forçando-o a olhar para ela, porque ele mantinha a cabeça baixa o tempo todo.

Magno olhou para ela timidamente pensando se algum dia ele não seria mais tigre.
 Nisso ele olhou para o ”amuleto” de Mah e tocou nele com a ponta dos dedos. Os dedos dele tocou tão levemente no “Amuleto” por sobre o cetim negro do vestido de festa de Mah.... Que ela se arrepiou e Fez uma promessa que pairou no quarto por longos minutos: Fiquei enternecida ao vê-los olhando-se com a respiração ofegante sem nem ao menos terem feito algo para que isso acontecesse. Tudo que Magno fez foi segurá-la pela cintura com força puxando-a mais para junto dele. E Mah Falou convicta!

- Não se preocupe meu querido Magno! Nós iremos te livrar dessa maldição!

Magno respondeu olhando-a nos olhos dessa vez!

- Ser um tigre não foi a maldição minha Pequena! Foi a magia do amor para me livrar do mal.

Eles então selaram a promessa com um beijo e eu entendi o que ele disse com lágrimas nos olhos:

"Ter se transformado em tigre foi um presente de sua mãe. Mesmo que seja empecilho para muitas coisas foi a libertação de sua alma que seria presa na mente de um louco".

......

---------------------------------------------------------------------------

LEIA ANTES DE USAR: A partir das Constituições de 1891, 1934, 1946, 1967 e da Emenda Constitucional de 1969, o direito autoral do conteúdo desse Blog é exclusivamente de Katia Kristina Piereth A Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) protege as relações entre o criador e quem utiliza suas criações literárias.

Comentários